ESDRAS FARIAS
( Brasil – Pernambuco )
( 1889 – 1955 )
Por ocasião dos 120 anos de nascimento de Esdras Farias (1889-1955), a serem comemorados no dia 20 de novembro de 2009, a bibliotecária Virgínia Barbosa elaborou um importante inventário documental sobre a extensa e hoje pouco conhecida produção, em verso e prosa, do poeta e jornalista recifense.
Baseando a sua pesquisa no acervo da Fundação Joaquim Nabuco, referenciou poesias, crônicas e matérias de autoria do poeta, reunindo e organizando um vasto material, até então disperso em dezenas de periódicos recifenses do início do século XX.
Com uma extensa e profícua produção, escrevendo também sob treze pseudônimos (ver item 3), Esdras colaborou com mais de uma centena de periódicos pernambucanos, de 1910 a 1954, como mostra o Roteiro Jornalistico (itens 4 e 4.1) elaborado por Virgínia.
Além de revistas e jornais recifenses, foi colaborador da imprensa de outros municípios de Pernambuco, como A Serra (Timbaúba), O Gravataense (Gravatá), Folha de Pesqueira, Correio de Moreno, Folha do Sertão (Sertânia), Olinda: Revista Ilustrada, Olinda Jornal, e responsável por colunas de notícias e crônica social, em jornais do Recife, dentre as quais podem ser destacadas Malaguetas, Isto e Aquilo (O Intransigente), Caraminholas, depois denominada De Bom Humor (A Província), Uma Vez por Outra e A Estação Balneária (Jornal do Recife), Página de Esdras Farias (Luar do Norte), Cultura do Passado (Vitrina); Rua, Mulher, seus Gestos, seus Sorrisos seus Perfumes (Rua Nova).
O trabalho apresenta ainda um inédito Caderno de Poemas, onde foram reunidos e transcritos quase trinta poemas e sonetos, dispersos em vários periódicos, assim como uma coletânea de fotografias e caricatura de J. Rodrigues, "garimpadas" no acervo.
Para facilitar a consulta foi elaborado um índice onomástico e biblionímico, remetendo para o número da referência, o que permite o acesso mais rápido a cada nome de pessoa, título de obra ou periódico incluído no inventário.
Com esse trabalho, a autora disponibiliza uma fonte de pesquisa fundamental para estudiosos e pesquisadores da literatura brasileira, em especial da pernambucana, e contribui com mais um inventário bibliográfico elaborado por técnicos da Biblioteca Central Blanche Knopf, que vem somar-se aos já disponíveis no link Catálogos & Boibliografias no portal da Fundação Joaquim Nabuco.
Recife, 11 de novembro de 2008
Fonte: https://www.gov.br/fundaj/pt-br/composicao/dimeca-1/biblioteca/acervos/inventarios-documentais-e-indices/esdras-farias
CAMPOS, Antonio; CORDEIRO, Claudia. PERNAMBUCO, TERRA DA POESIA - Um painel da poesia pernambucana dos séculos XVI ao XXI. Recife: IMC; Rio de Janeiro: Escrituras, 2005. 628 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda
FELIZ DE TI QUE AINDA CHORAS
Eu te vejo chorar. Não imaginas
Que bem me faz te ver assim chorando!
Felizes os que choram quando e quando
E que as dores escoam das retinas.
E lágrimas e dores vão rolando
Amargas, dolorosas, assassinas,
Nessa duas turquesas pequeninas
Que são teu olhos quando estão chorando.
Feliz de ti, criança, que ainda choras!
Pobre desta minh´alma dolorida
Que nem pode chorar naquelas horas.
Que quisera chorar, calmo e profundo,
Todos os males que me fez a vida
Todas as coisas que me fez o mundo!
E ydmwf12 (In Historia Geral da Literatura Pernambucana, 1955, p. 159)
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Página publicada em setembro de 2022
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